sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Roberto Freitas - Autoapresentação.

FRANCISCO ROBERTO DE FREITAS
(86) 99982-2524 (claro e whats) - robertofreitas04@gmail.com

                Considero que comecei realmente a estudar dança a partir de meus 17 anos, no segundo semestre de 1990, quando, através de teste seletivo, ingressei no grupo Balé Popular do Piauí - BPP.
                Logo em seguida, início de 1991, também ingressei no curso de balé clássico da Escola de Dança do Estado do Piauí - EDEP e, ao mesmo tempo, influenciado por filmes tais como "Flash dance" e "Os embalos de sábado continuam", comecei a dançar com o grupo da Escola Técnica Federal do Piauí - ETEFPI, onde conheci muitos companheiros de dança, que atuam até os dias de hoje.
               Enquanto na EDEP aprendia sobre a técnica clássica, no BPP e na ETEFPI comecei a desenvolver um pensamento eclético por meio de aulas com gêneros de dança diferentes tais como: folclore, jazz dance, dança moderna ou "moderno-contemporânea", como me foi apresentada, dentre outras linguagens  que foram chegando e somando-se àquela formação.
                Em 1991 e 1992 participei de um grupo chamado "Vício de Dança" que, coordenado pelo coreógrafo cearense Waldemar Queiroz, com forte influência do trabalho de Victor Navarro, apresentava diferentes e atrativas formas de se mover. Tal vivência me proporcionou uma aceleração no aprendizado técnico-interpretativo uma vez que, dentre outras, o grupo era muito requisitado para apresentações.
                Em 1993, com o fim do grupo Vício de Dança, fui convidado por Sidh Ribeiro a compor o elenco que deu origem ao Balé da Cidade de Teresina - BCT, através do qual tive contato, in loco, com a dança produzida no Brasil e no mundo. Através, inicialmente, das participações do BCT em festivais de dança pelo Brasil com dança contemporânea, linha de trabalho do BCT, pude vivenciar técnicas tais como: contato improvisação, release e fly low, além de seguir com os estudos da técnica clássica.
                A este tempo impulsionado pela ideia de um artista completo, estudei também: teatro, canto, violino, um curso de língua inglesa e um ano de língua francesa. Desde 1994 comecei a ministrar aulas de dança para crianças, em uma academia particular de Teresina, e posteriormente para cidades próximas, do Piauí e do Maranhão, chegando a trabalhar também em projetos sociais.
                Com o intenso e crescente intercâmbio de informações proporcionado pelas viagens, chegando inclusive a ser destaque (1999), e melhor grupo (2000) no Festival de Joinville, a ideia de que meu caminho profissional era a dança tornava-se claro. Entre os anos de 1996 a 2000, além de meus professores conterrâneos, com a participação em festivais competitivos ou em aulas particulares, tive o prazer de fazer cursos/oficinas com mestres tais como: Tatiana Leskova, Fernando Fabri, Angela Nolf, Tony Abbot, Jair de Morais, Hugo Travers, Valeria Mattos, Toshie Kobayashi, e mais, Mirian Druwe, Roseli Rodrigues, Mario Nascimento, Marcelo Evelin, Helda Seró, Gylian Dib (Pilates), Monica Minelli, Steven Harper, dentre outros. Tais cursos influenciaram a forma de como eu me relacionava com dança, reforçando um pensamento de profissionalismo, tanto enquanto bailarino como  com a crescente vontade de participar em outros fazeres na dança, tais como: coreógrafo, professor, coordenador de grupo, etc.
                Na impossibilidade de estudar dança a nível superior em Teresina, entre os anos de 1992 a 1997 cursei a graduação de Licenciatura Plena em Educação Física, na Universidade Federal do Piauí, pois era a área disponível que mais se aproximava do fazer corporal da dança. Tal graduação trouxe inúmeros saberes, até então desconhecidos, que enriqueceram minha formação tais como: anatomia corporal, fisiologia do movimento, biomecânica, dentre outros, os quais eu fui, aos poucos, relacionando com os gêneros de dança e aplicando-os no meu fazer diário.
                Ao final do curso, com um currículo enriquecido pelas participações em eventos de diversas naturezas, tais como: palestras, festivais, congressos, encontros e simpósios,  e através de processo seletivo, ingressei na UFPI como professor substituto, permanecendo como docente daquela instituição  entre os anos de 1998 a 2000. Tal vivência trouxe outras perspectivas para o estudo da dança, pois, estando responsável pelas disciplinas de dança e rítmica, além da então GRD - Ginástica Rítmica Desportiva, tive que redimensionar o enfoque que era dado àquela atividade, naquele meio, que não era composto, nem em 10%, por profissionais ligados à área da dança.
                Compelindo-me a atrasar meus planos de estudo para mestrado, a partir de 2000, ingresso como professor de educação física efetivo, concursado, na rede pública municipal de ensino de Teresina onde inicio um trabalho de dança, enquanto educação física escolar, cujo principal objetivo, a luz de autores como: CLARO (1995), FAHLBUSCH (1990), FREIRE (1992), SAMPAIO (1996) e  NANNI (1995 e 2003), dentre outros, era o de aliar o fazer artístico ao educativo e social, em prol da formação de um 'corpo cidadão' (grifo nosso), um cidadão desenvolvido em sua relação indivíduo/sociedade (MORIN, 2002). A turma inicial transformou-se, no ano de 2005, em um grupo, Cordão Grupo de Dança - CGD, cuja programação aliou-se ao projeto político-pedagógico da escola para a educação integral de crianças e adolescentes do bairro Renascença III, de Teresina, tendo sido ampliado nos dias de hoje para toda a comunidade e não só os alunos e alunas da própria escola.
                Em 2003 cursei uma pós graduação que, pela oferta local e necessidade do momento, novamente não foi diretamente relacionada a área artística e sim à educativa. Embora em meu trabalho prático eu estivesse ininterruptamente produzindo dança, pós graduei-me em 'Metodologia de Ensino fundamental, médio e superior', apresentando como trabalho de conclusão: A Dança e seu potencial educativo, que, através de pesquisa in loco, e embalado por autores como VERDERI (1998), ARAUJO (1996) e os PCN (1998), além dos já citados anteriormente, coloquei em pauta a reflexão de que a falta de utilização da dança nas escolas públicas, como já era previsto nos PCN (Parâmetros curriculares Nacionais), tinha sua principal causa na falta de (in)formação dos professores de educação física, aos quais era, e ainda hoje é, imputada tal responsabilidade.
                Com a pós graduação e o reconhecido trabalho desenvolvido, tanto artístico quanto educativo, os anos de 2005 a 2010 foram marcados pela minha necessária transição de artista bailarino para outras funções tais como: professor, coreógrafo, ensaiador, produtor e diretor, ao mesmo tempo do Balé da Cidade de Teresina e do Cordão Grupo de Dança, o que de pronto me compeliu a procurar outros enfoques.
                Em 2008 deixei a direção do BCT e fui convidado a prestar seleção para o Centro Universitário UniNovafapi, onde fiquei como professor das disciplinas: dança, Ginástica Rítmica e estágio supervisionado, do curso de Bacharelado em Educação Física, até o ano de 2010. Neste meio tempo também assumi, através de processo seletivo público, a direção Artística da EDEP, permanecendo neste cargo durante os anos de 2008 e 2009. Em 2011, a convite da Presidência da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves retornei à direção do BCT onde permaneci até fevereiro de 2014.
                Impulsionado pela falta de registro da produção em artes no estado do Piauí, e embalado pelas comemorações de 20 anos do BCT, em 2013, em parceria com o jornalista Flávio Brebis, escrevi o livro "Ousadia - 20 anos de história do Balé da Cidade de Teresina" (ISBN 978-85-916010-0-4). Esta publicação bilíngüe (português - inglês), de 302 páginas foi lançada em fevereiro de 2014, marcando também minha saída da direção daquela companhia.
                Em 2014, decidi dedicar-me mais ao trabalho junto ao CGD, até pois, com um projeto aprovado pela Secretaria Municipal da Juventude, de Teresina, desde 2014, coordeno a Estação Cordão de Cultura que ofertou, em 2014, aulas gratuitas de: canto, dança e teatro, para jovens teresinenses. Ao todo 15 oficinas de 40 horas/aula para iniciantes, nos três campos artísticos, e dois cursos de 60 horas/aula de aperfeiçoamento em dança, movimentaram a cena de mais de quatrocentos participantes. Já em 2015, além dos citados anteriormente, conseguimos ampliar com oficinas de fotografia e passarela (modelo).
                Como produção artística continuada destaco ainda a coordenação de dois eventos consolidados em mais de uma década de realização, sem interrupções: primeiro, a Jornada Cultural do Colégio Lavoisier (iniciativa privada), que coordenei durante 16 anos (1999 - 2014) e, segundo, o FAST - Festival Artístico e Show de Talentos da Escola Municipal Porfírio Cordão, que idealizei  e coordenei durante 11 anos (2004 - 2014).
                Ao longo destes anos, mesmo não sendo o foco do trabalho realizado mas, aceitando como um endosso de qualidade das obras por mim criadas, com o CGD consegui em 10 anos (2004 - 2015) conquistar 52 prêmios em festivais de dança, dentre estes, 09 em nível norte nordeste e 04 em nível internacional.
                Dentre os vários eventos que participei nos últimos anos destaco as Conferências estadual e Nacional de Cultura nas quais participei como delegado eleito.
                Através do trabalho que vem sendo desenvolvido com os alunos e alunas, integrantes do CGD, observo que, tanto enquanto participante como quando egressos, tornam-se pessoas com relações mais saudáveis relativas à cidadania em questões tais como: gênero, sexo, etnia e inclusão, dentre outras. Atualmente procuro respaldo para tais observações em leituras de autores que escrevem sobre:  “educação, diferença, diversidade e desigualdade” (CARRARA, 2008), “dança-educação” (FREIRE, 2001), “corpo e comunicação” (KATS; GREINER, 1998), “o gesto e a dança” (MARINHO, 2009), "corpo território" e “memória corporal” (NAVAS,  2009/2014), dentre outras.
                Minha inquietude agora se refere à questões tais como: de que forma? até que ponto? como se processa? a relação entre o ensino da dança e a formação de um corpo-cidadão, consciente e atuante na sociedade em que vive.
                Minhas habilidades primeiras seriam: facilidade com a lida direto com pessoas - entrevistas; experiência em organização - eventos, trabalhos, mostras; registros fotográficos; compreensão razoável da língua inglesa e disponibilidade para deslocamento - trabalho de campo.










Um comentário:

  1. Parabéns, Roberto. Bem completo o seu post, com texto, imagens e links. Uma coisa importante é sempre ter em mente sua própria trajetória. A partir dela, conhecendo-a em suas transformações que novas propostas de pesquisa e criação podem ser realizadas. abs.

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