Sou jornalista e artista multimídia e se por um lado essas
duas vertentes de atuação têm muito em comum, muitas vezes a formação em jornalismo
(Bacharelado em Comunicação Social – Uniceub, 2005) me distancia do fazer artístico
(Bacharelado em Artes Plásticas – IdA –UnB, 2001) e vice-versa.
Registro fotográfico: Quilombolas protestam na Praça dos 3 Poderes (2012) |
Da série "Passageiro" - Fotografia Jamila Piffer (2014) |
Ainda não defini se o papel que me cabe é o de registrar os fragmentos de realidade com um
viés intelectual ou se devo mergulhar na subjetividade do fazer artístico e
deixar que a minha produção artística seja o canal de diálogo com o mundo. Transito nessas duas dimensões e nos
últimos anos tenho feito um esforço para integrar esses campos, o que resultou
em uma plataforma online www.triloconsultoria.com onde há espaço para reflexões sobre comunicação, cultura e política - a combinação desses elementos me faz pensar que eles compõem uma tríade indissolúvel na sociedade da informação.
Como jornalista, fui repórter de política para canais de TV e
também assessora de comunicação produzindo conteúdo multimídia ou
promovendo planejamento estratégico para órgãos do governo
federal, como o Ministério da Cultura e das Comunicações e para algumas entidades
internacionais.
Nas artes plásticas adotei a fotografia como forma de expressão e fiz algumas experiências em audiovisual, como o mini-doc A Cor doJazz. Meu TCC foi sobre a migração da fotografia analógica para a digital e o impacto dessa mudança na representação da natureza. A noção do sublime em Kant foi um dos conceitos que trabalhei nessa monografia.
Exposição Museu da República, mini-doc A Cor do Jazz (2010) |
O conhecimento em artes visuais sempre me auxiliou nos trabalhos de jornalismo, apesar dos conflitos que pude vivenciar nas diferentes abordagens entre o “realismo” jornalístico – sempre em busca de fatos e de reunir informações para divulgar os acontecimentos – e a busca estética do campo das artes para entender, retratar, negar ou representar a contemporaneidade.
Apresentação de Tribal no Festival Medieval 2013 |
Dentro do campo das artes, acumulo
maior bagagem na dança e na música. Atualmente, estou concentrada em aprimorar minhas pesquisas em danças étnicas, especificamente as danças orientais, um estilo
também conhecido como Tribal Fusion –
um termo que abarca as manifestações contemporâneas da dança do ventre, com
fusões de flamenco, dança indiana, break ou qualquer outra linguagem de dança –
todas são bem-vindas.
Espetáculo OSH, Sala Martins Penna, Teatro Nacional |
Entre as experiências de palco, tive
oportunidade de produziu e coreografar o espetáculo cênico-musical da Udyiana
Bandha (FUNARTE 2004), além de criar e dirigir o grupo NATARAJA (2000), que
resultou no espetáculo OSH - uma fusão
de dança do ventre, flamenco e forró.
Banda Antique |
No momento, além de realizar trabalhos solo em dança Tribal, integro o grupo musical Antique, de música antiga com influência oriental, no qual sou cantora e também uso a performance em dança.
Projeto de Pesquisa
Ingressei no Mestrado em Artes
Cênicas na linha de pesquisa “Processos Composicionais para Cena”, com o projeto O VENTRE PÓS-MODERNO E SUA MATRIZ PÉLVICA: UM ESTUDO DO MOVIMENTO NAS DANÇAS
ORIENTAIS CONTEMPORÂNEAS. Minha
proposta é pesquisar, sob a ótica da metodologia acadêmica, a
matriz dos movimentos pélvicos nas chamadas danças orientais contemporâneas,
aqui entendidas como as vertentes pós-modernas que surgiram nos Estados Unidos
por volta dos anos de 1960 e atualmente são chamadas de Tribal Fusion.
Com
foco no estudo do movimento, pretendo utilizar o método de Rudolph Laban para
mapear os movimentos estruturantes da dança oriental, em busca de um “discurso
do movimento”. O cruzamento da linguagem da dança do ventre com os movimentos
contemporâneos e de contracultura me parece uma fusão extremamente rica e pouco
explorada academicamente. Por outro lado, pretendo abordar questões como orientalismo
(na acepção de Edward Said), pós-modernidade e corporalidade aproximando-me de
teóricos como David Le Breton e Terry Eagleton (After Theory, 2003).
Formação
Artística
Desde 2011 realiza pesquisas e performances em Tribal
Fusion, depois de estudar dança do
ventre no Instituto de Cultura Árabe
(ICAB/Brasília - 1997) e em diversos workshops em danças étnicas no Brasil
(1998 a 2011) e Estados Unidos (1999), além de balé clássico (técnicas russa e
Royal - de 1999 a 2014). Estudou musicalização e canto na Escola de Música de
Brasília e no Departamento de Música da UnB (Canto Lírico 1).
Estudou pintura no Art Students League – Nova York (1995) e fez o Curso de montagem de cinema (2010) ministrado no Museu da República, em parceria com o Instituto Francês Le Fresnoy, Studio Nationale dês Arts Contemporains.
Promove workshops de dança oriental, onde reúne técnicas de dança do ventre, Tribal, balé e yoga.
Parabéns, pela versatilidade, Jamila! Seu objeto capta bem esse intercruzamento de culturas e interesses. Bom curso!
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