quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Apresentação Caísa Tibúrcio

Bom dia turma,

Sou Caísa Tibúrcio atriz, diretora, palhaça e musicista.  Tenho 35 anos e me formei em Artes Cênicas, Bacharel pela Universidade de Brasilia  - UNB em 2005. Sou também instrutora formada de yoga e dei aulas de Hatha Yoga durante 3 anos em um estúdio particular. Deixei de dar aulas e atualmente a yoga funciona com uma manutenção para o meu trabalho de atriz. Estudei canto e piano popular na Escola de música de Brasília e estudei pandeiro e flauta transversal na escola de Choro Rafael Rabello em Brasília. Sempre trabalhei com Teatro e começei aos 16 anos. Para mim, a música e o teatro sempre estiveram juntos, sempre tocando, cantando em cena ou dirigindo trabalhos de teatro com música. 

Durante a graduação, de 2004 à 2008 realizei a pesquisa "O corpo cênico do artista Karajá”,  “O contato com os Inÿ/karajá” pelo PIBIC (programa de iniciação científica). Foi um pesquisa realizada entre os índios Karajá/ Inÿ de Santa Isabel do Morro no Estado de Tocantins, no Parque indígena do Araguaia, sob orientação do professor Stephen Grant Baines. Esse pesquisa gerou ótimos frutos como o projeto “Revitalização da arte de confecção de canoa, cestaria, cerâmica e indumentária ritual do povo Karajá/ Inÿ” que coordenei junto a Associação indígena Inÿ Beddynana, agraciado pelo edital da PETROBRÁS de 2005. 

Como diretora, realizei o espetáculo “Concerto à céu aberto para solos de aves”, pelo prêmio  FUNARTE (2008). O espetáculo "Presépio de Hilaridades Humanas",  uma pesquisa iniciada dentro a UNB, durante a graduação (2001 à 2004) e participante do Palco Giratório/ SESC em 20015, e “Zezinho e o anjo Marmanjo (1999 à 2001), meu primeiro trabalho de direção.

           Presépio de Hilaridades Humanas - Adaptação de A pena e a Lei de Ariano Suassuna

Como atriz foi atuante no grupo de Acrobacia e Teatro de Rua "Esquadrão da Vida" (2008 á 2012), nos espetáculos “Guerrilha do Bom Humor” e com “ O Filhote do Filhote de Elefante”. No qual pude experimentar diariamente o que é tocar, cantar, atuar conjuntamente.

Esquadrão da Vida em comemoração ao Dia do Cerrado - 11 de setembro. Data essa escolhida em homenagem ao criador/diretor do grupo, o ambientalista Ary Para-Raios. 


                                     Esquadrão da Vida - O filhote do Filhote de Elefante.
 
Integrante do grupo Cia Burlesca em (2013 e 2014) “A Roupa Nova do Rei e também  atua como contadora de Histórias nesse grupo. Trabalhou com: Felícia de Castro em “Chuva” (2013), Hugo Rodas em “O Rinoceronte” (2003), Gê Martú em “As Encalhadas e o namorador” (1995,1996), João Antônio em “A perseguição ou o longo caminho que vai de zero a ene” (2005).


                           A Roupa Nova do Rei - Cia Burlesca. O nosso site: http://www.ciaburlesca.com

Em 2013 começei meu trabalho como palhaça. Com a Palhaça Ananica, no meu site http://www.ananica.com tem mais sobre o repertório e vídeos dos trabalhos.  Ser palhaça foi um presente na minha vida, aprendo muito.

Sementes  -  IV Encontro  Internacional de Palhaças  na FUNARTE   


                                      Lorota de palhaças, apresentação no Festclown de 2015.

À partir das minhas experiencias como atriz e palhaça desejo, nessa pesquisa no mestrado, investigar como a performance musical, instrumental e cantada,  é utilizada, por palhaços, como recurso cômico. Por meio do estudo focado no palhaço cantor e no excêntrico musical, figuras essenciais para a compreensão do clown  musical, procuro entender  quais são os olhares do palhaço para a performance musical. A minha linha de pesquisa é em "Processos composicionais para a Cena" e serei orientada pelo professor Marcus Mota. O pesquisador Celso Amâncio Filho e Melo Filho (2014), se dedica ao estudo da palhaçaria musical e dá uma importante contribuição para a pesquisa dos palhaços musicais no circo brasileiro. Esse pesquisador é uma referência teórica importante para minha pesquisa. Para quem se interessar, ai vão algumas referências dele: 

- MELO FILHO, Celso Amâncio de. A música com recurso cênico do palhaço: Cia. Teatral Turma do Biribinha e Circo Amarilho. 2013a, 164f. Dissertação (Mestrado em Artes). Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes, São Paulo, 2013.
- MELO FILHO, Celso Amâncio de. A musicalidade na arte de palhaços: considerações históricas acerca dos Clowns Musicais e sua poética. In: VII CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS (ABRACE). Tempos de memória: vestígios, ressonâncias e mutações. Out. 2013b, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: ABRACE. Disponível em: <http://www.portalabrace.org/viicongresso/completos/etnocenologia/Celsoamancio_musicalidade-de-palhacos.pdf>. 


Uma referência prática de clown musical maravilhoso é GROCK, que apesar da dificuldade que muitos estudiosos têm em enquadrá-lo como um excêntrico musical – pois sempre estava em cena, acompanhado de um mestre de cerimônia, um escada ou um branco – tornou-se reconhecido como um grande excêntrico musical, um gênio, também chamado de clown intelectual. Grock era multinstrumentista e se apresentava em teatros com orquestras, nos chamados music halls e, também, no cinema. O filme Grock (1949) apresenta-o executando números primorosos com um violino pequeno, clarineta, piano e concertina, junto à sua performance mímica e acrobática. Veja no link: <http://www.youtube.com/watch?v=FN9CWQCZFpU>. 

Se você gosta desse tema veja um Trecho de um filme de Charles Chaplin com Baster Keaton. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZUpiD8vEw2Y>. É também um maravilhoso exemplo de palhaçaria musical.


Maravilhoso GROCK - 1949.

Uma referência de palhaçaria musical atual é a Palhaça austriaca Anna De Lirium. Ela esteve aqui no Brasil no Festclown de 2015. Tive o prazer de conhecê-la e pude fazer uma pequena entrevista com foco na pesquisa. Olha esse link: https://www.youtube.com/watch?v=F9fiEEEA-jA

                                                      Anna De Lirium tocando Serrote. 


 O Brasil enfatizou mais o palhaço cantor de canções românticas do que o palhaço intérprete de outros gêneros musicais ou o palhaço instrumentista como aconteceu na Europa, apesar de haver, também, no Brasil alguns excêntricos musicais instrumentistas importantes como o Maestro Bozan. O palhaço João Bozan, conhecido como maestro Bozan, que no início do século XX, destacou-se como excêntrico musical brasileiro com o número “Guizos afinados”. Bozan amarrava tiras de couro nos braços, pernas e cabeça, com fileiras de guizo e as tocava sempre acompanhado por uma banda.

                                      Maestro Bozan.



Bom, com essas pesquisa busco investigar conceitos e questões pertinentes à performance musical do palhaço, tais como: o gesto cômico musical; o domínio técnico de um instrumento a favor a cena; a dramaturgia musical; ritmo na cena; as interfaces da música e a emoção e a musicalidade do movimento.
Vi nas apresentações dos colegas pesquisas afins. Espero que esta seja um possibilidade de troca e aprendizado. Até já.

Um comentário:

  1. Ótimo, Caísa, bem completo. Realmente temos muitos colegas nesse semestre com interesses assemelhados.

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