segunda-feira, 31 de agosto de 2015

três assuntos, três teses.



Estou presente na matéria de Metodologia e Pesquisa como aluna especial e meu projeto de pesquisa para o Doutorado de 2016, ainda toma forma.
Tenho ganas de escrever sobre figurino e cenografia, talvez na  minha experiência no Grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, onde sou responsável pela cenografia e figurinos e ao qual fazia parte também como brincante de 2005 a 2012.
Portanto tentei pesquisar três assuntos: figurino, cenografia e cultura, apelando ao termo usado na academia de “cultura popular”.
No jogo de palavras chaves usei: Cavalo – Marinho, indumentária, indumentária popular, figurino, figurino popular, veste, teatro de rua, teatro popular, brincante, festas tradicionais, cenografia, cenografia brasileira, cultura popular... E outras.
O número de dissertações sobre os assuntos queridos são superiores e o número de teses são incrivelmente baixo.
Enfim, escolhi três teses para o exercício, são muito distintas, entre elas e na minha busca de objetos, falta o ainda o “popular” nos figurinos e na cenografia. Teses analisadas:

OLIVEIRA, Érico José Souza de. A Roda do Mundo Gira: Um Olhar Etnológico Sobre a Brincadeira do Cavalo Marinho Estrela de Ouro (Condado - Pernambuco) - 2006.

02 Monografias;
07 Dissertações (02 Ciências Sociais, Escola de Comunicação e Artes e 04 das Artes Cênicas);
01 Tese (Da escola Graduada de Ciências e Artes de Nova Iorque);
93 Livros;
03 Artigos;
01 Palestra datilografada;
26 Periódicos.
A tese debruça no campo das ciências humanas, desde os cânones do folclore brasileiro à encaminhamentos metodológicos e performance. Mas principalmente, analisa a brincadeira e seus componentes estéticos, pincelando as vestes e descrevendo os espaços onde se formam as rodas de brincantes e público.
A descrição de cada personagem e de cada momento das Rodas de Cavalo Marinho é o que muitos leitores leigos e da área de dança e teatro procuram. Muito interessante.


SILVA, Amabilis de Jesus da. Figurino – penetrante: um estudo da desestabilização das hierarquias em cena – 2010.

Entre referência bibliográfica e bibliografia:
129 Livros;
04 Artigos;
 06 Artigos com referência de web sites;
01 Periódico.
Tese complexa e inovadora, abrange vocábulos contemporâneos, mas não deixa de citar referências históricas, sendo a bibliografia rica de informação para estudiosos de figurinos.
Vai além do figurino, expõe temas como figurinos próteses e a percepção de outras formas de relações dos elementos cênicos. No entanto desenrola incrível noção da matéria figurino como um incômodo para o corpo, e que além de cobri-lo, o penetra, perfura, marcheta ou o invade, é também um topos de criação, discutindo relação, híbrida, grotesca, que funde humano/inumano, arte/vida... Neste caso, não sinto maturidade acadêmica para tecer maior análise, mas de certo, leitura para qualquer artista pesquisador.
Vale ressaltar a riqueza bibliográfica do parco assunto figurino/veste/indumentária.

OLIVEIRA, Alexandre Suaréz de. As festas e os bastidores das intervenções ao ar livre – 2010.

01 Dissertação (em Arquitetura e Urbanismo)
02 Tese s (em Arquitetura e Urbanismo);
56 Livros;
01 Artigo;
10 web sites;
01 filme. 
Com análise técnica e muito focada aos grandes eventos em vazios urbanos, passa a ser de utilidade mercadológica. Apesar de apresentar boa introdução bibliográfica no assunto cenografia e de interessantes exemplos históricos de grandes eventos nas antiguidades clássicas e no período medieval, mostra o quanto falta do assunto cenografia se não for estudo de caso, como um espetáculo ou grupo ou artista.


As teses analisadas são bem distintas entre si, mas as duas primeiras tem Antonim Artaud e Bakhtin citados em referências e obras.
Sobre o cavalo marinho, possui exaustiva referências medievais na França, mas a literatura nacional é incrivelmente rica. 
Interessante é que Appia e Craig, figuras precursoras da cenografia moderna aparecem na Tese sobre figurinos.

domingo, 30 de agosto de 2015

GRUPO FECHADO: SOMOS 20.

Bem somos nós, me incluindo, 20, 20 artistas,pesquisadores, curiosos, empolgados.
Somos os 20 vinte este semestre.

ambiente online

Para este e meus demais cursos tenho trazido a experiência das metodologias de ensino em ambientes online de aprendizagem. Já elaborei e apliquei 5 disciplinas completas dessa modalidade, desde 2005.
Quando ministrei disciplinas na Florida State University (2007-2008), lá o uso de ambientes virtuais como complementares ao curso eram uma realidade. Em 2012 foi fundada a coursera, uma empresa que representa e gerencia cursos dessa modalidade no mundo inteiro - Link: www.coursera.org/.
Em meio à desconfiança, o que realmente é fato nesse tipo de relação ensino-aprendizagem é o seguinte: 1- a organização e qualidade dos materiais disponibilizados; 2- a efetiva participação do aluno.
Nosso curso é totalmente presencial, mas eu trago experiências da modalidade virtual para enfatizar o papel ativo do artista-aluno no processo de ensino-aprendizagem.  Isso se traduz no uso do blog: postagens, compatilhamentos, observação e comentário das postagens dos colegas.

Assim, três fundamentos são integrados nesse curso a partir da experiência com EAD (Educação à  Distância):
1- a construção de uma comunidade de aprendizagem, na qual há a troca e reciprocidade na produção e recepção de saberes{ eu vejo o que você faz, e eu aprendo com isso}
2- a constituição de uma continuidade de ações em um espaço/tempo determinado por meio de mídias diversas (textos, sons, imagens)
3- o fortalecimento das decisões individuais, dos atos de empoderamento pessoal por meio de ações discerníveis e mensuráveis dentro de um contexto de trocas e reciprocidade em mediação online{vendo o outro fazer o que ele faz, não fico apenas projetando para alguma pessoa o que eu preciso e posso fazer}

A prática e vivência com ambiente online em situação não pedagógica ou de pesquisa é comum (Facebook, etc). Como então transformar os recursos online em uma situação concreta e formal de ensino e aprendizagem?

Exercício Pesquisa Bibliográfica - Barbara




Chego aqui 2 dias atrasada. Cada vez que entrava no blog e lia as pesquisas de vocês colegas, via como minha tarefa estava engatinhando. As vezes administrar o tempo com todas as atribuições é quase uma tese de doutorado diária. Enfim.
Selecionei trabalhos sobre o universo que pretendo abordar na minha pesquisa de mestrado. Para contextualiza-los, acabei mudando o pré-projeto. Agora pretendo dissertar sobre as festas juninas em igrejas evangélicas, abordando como a festa foi ressignificada ao longo dos anos e como nesse contexto específico, ela é performada e trabalhada como algo além do entretenimento, mais especificamente como um marketing institucional.

Selecionei alguns trabalho que acreditei serem úteis.  Pesquisei  no site do BDTD e no Google Acadêmico

1º) Artigo: “Festa Junina: Hibridismo Cultural”. Disponível em: < http://www.igtf.rs.gov.br/wp-content/uploads/2012/10/Festa-Junina-hibridismo-cultural.pdf >
Esse artigo é resultado de uma tese de doutorado na área de Sociologia, intitulada “Imagens recortadas, tradições reinventadas: as narrativas da festa junina em Campina Grande – Paraíba”.  O foco do estudo era compreender quais os formatos atuais das festas denominadas populares, que processos de transformação elas sofreram desde que passaram a ser realizadas do Brasil.  Por se tratar de um artigo a bibliografia é bem curta, composta por:
  • Livros: 14
  • Artigos: 56

2º) Dissertação: - “É DANDO QUE SE RECEBE”: A IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS E O NEGÓCIO DA FÉ EM MOÇAMBIQUE  - disponível em:  
 Trata-se de um trabalho do Programa de Pós-Graduação do Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia.  O foco desse trabalho é a compreensão dos métodos de arrecadação de recursos financeiros, e métodos de ação da Igreja Universal do Reino de Deus. Enquanto palavras chave, interessa para o  meu trabalho a compreensão do Pentecostalismo.  A Bibliografia dessa dissertação está composta por:
·      Livros:  81
·      Artigos: 32
·      Teses e Dissertações: 18.

3º) Tese: “Festa à brasileira – Significados do festejar, no país que “não é sério”  - disponível em: < www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde.../tesecapa1.pdf >
Essa tese de doutorado foi apresentada  no Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana da Universidade de São Paulo.  Trata-se do trabalho da professora daqui do Departamento: prof. Rita de Cassia. Nesse extenso trabalho a professora analisa algumas festas realizadas no Brasil. Para o meu trabalho, vou focar na Festa de São João, observando como a professora relata os múltiplos sentidos da festa, como forma de organização popular, de expressão artística, modo de ação social, expressão de identidade, cultura e afirmação de valores.  A bibliografia da tese tem 24 páginas e está composta por:
  • Livros: 112
  • Artigos: 56
  • Teses e Dissertações: 110
  • Sites da Internet: 39

Na tese e no artigo encontrei em comum a referência do livro de Eric Honsbawm; Terence Ranger “A invenção das tradições.”  2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. Também em comum, o livro do Michel Maffesoli A sombra do Dionísio: contribuição a uma sociologia da orgia.” Rio de Janeiro: Graal, 1985. E ainda o livro de Nestor Garcia Canclini "Culturas híbridas - estratégicas para entrar e sair da modernidade." São Paulo: Eudsp. 1997

Na bibliografia da tese e na da dissertação havia em comum o livro “A Bíblia Sagrada de Jerusalém”. São Paulo, Paulinas, 1991.  Por ser uma dissertação bem específica, ela acabou destoando da pesquisa a cerca da temática "festa", porém acredito que esse trabalho tem uma abordagem que será muito útil para o meu trabalho.

Exercício de Pesquisa Bibliográfica- Maria Lúcia Rosa

 

      O meu projeto propõe  a integração das artes cênicas na performance musical com ênfase na preparação do músico/cantor para atuar como performer. Ao realizar a pesquisa procurei por trabalhos que integrassem música e teatro. Encontrei principalmente dissertações, nos Programas de Pós - Graduação em Artes Cênicas, que tratam da formação do ator . Os jogos musicais, a musicalidade das estéticas teatrais, pedagogia de Dalcroze, entre outros, como ferramentas  para o ator. Nos Programas em  Música/Performance Musical encontrei  uma dissertação que se aproximou mais do meu objeto de estudo. De onze trabalhos pesquisados selecionei as seguintes dissertações:
 
 ARAÚJO, Aline Soares. Construção Cênica para a Canção: Princípios de Stanislavski numa proposta de expressão cênico-musical. 277f. Dissertação (Mestrado em Música na Linha de Pesquisa:Performance Musical).Universidade Federal  de Minas Gerais,2012.

      Sua pesquisa propõe o desenvolvimento de certos princípios de Stanislavski que possam servir de bases técnicas para o estudo e performance dos cantores.

 Palavras-Chave: Stanislavski,Canção de Câmara,Teatro, Canto,Construção Cênica.

      A dissertação tem 3 capítulos , 1 Interlúdio e 5 Anexos. O capítulo 1, com 55 páginas, é todo dedicado a Stanislavski e  discorre sobre seus princípios. O Interlúdio,de 2 páginas, fala sobre : A Pré Expresssividade. O capítulo 2, com 30 páginas, fala sobre:  O Cantor e a Construção Cênica e o capítulo 3, com 125 páginas, e apresenta no final : Partituras Globais.

      Sua Bibliografia cita 13 Partituras,12 livros (sendo 2 em inglês e 5 traduções de livros de Stanislavski), 9 dissertações (2 relacionadas a Stanislavski), 9 artigos e 9 sites consultados.
 
A segunda dissertação é de :

FERNANDINO, Jussara Rodrigues. Música e Cena: uma proposta de delineamento da musicalidade no teatro.151 f. Dissertação.( Mestrado em Artes). UFMG,2008.

      Em busca de subsídios para uma  formação musical do ator sua pesquisa propõe uma investigação sobre a musicalidade no Teatro e suas práticas tendo como referencial  as estéticas teatrais do século XX.

Palavras-Chave: interação Música- Teatro

      A dissertação tem 2 capítulos  e  um glossário. O capítulo 1, com 70 páginas, fala da musicalidade nas Estéticas Teatrais do século XX e faz uma síntese dos elementos de musicalidade em todos os autores que abordou (muito interessante) . O capítulo 2,com 39 páginas, traz a proposta de delineamento da Musicalidade no Teatro. Apresenta um glossário com termos da linguagem musical que utilizou no texto ( muito útil para quem não é conhecedor da área).

      Sua Bibliografia cita  61 livros ( 6 em espanhol e 2 em francês), 5 Anais de Congressos  e Reuniões, 4 Teses e 2 Dissertações, 1 Prospecto,1 apostila, 1 Ensaio e 1 acesso a site.
 

A terceira dissertação é de:

 WITTER, Carlos Eduardo Souza Brocanella. O Ator Musical: A Musicalidade na composição cênica. 210f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas). Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo,2013.

      Sua pesquisa trata da musicalidade na pedagogia de Meyerhold , utilizando princípios de Murray Schafer e Dalcroze, para a compreensão da musicalidade no corpo do ator e no espaço cênico, com vistas à uma formação mais global do ator.

Palavras-Chave: Teatro. Música. Musicalidade. Teatro Musical. Meyerhold. Multiplicidade. Pedagogia Teatral. Formação do ator.

      A dissertação tem 3 capítulos e 5 anexos. O capítulo 1 ,com 23 páginas,traz: Algumas Bases para uma Formação Global do Ator. O capítulo 2, com 19 páginas, fala de Musicalidades. O capítulo 3, com 58 páginas, traz: A Musicalidade na Poética de Meyerhold.

      Sua Bibliografia cita: 34 livros (3 em inglês e 6 sobre Meyerhold), 2 Teses, 1 Dissertação e 2 números da Revista Sala Preta da USP.

Citações comuns nas três dissertações:

BONFITTO, Matteo. O Ator Compositor: ações físicas como eixo: de Stanislavski a Barba. São Paulo. Perspectiva.2002.

WISNIK, José Miguel. O som e o Sentido: uma outra História das Músicas. São Paulo: Cia das Letras,1989

Citações comuns, além das supracitadas,nas dissertações de WITTER e FERNANDINO:

APPIA, Adolphe. A obra de arte viva. (Tradução e notas de ensaio de Redondo Jr.). Lisboa: Arcádia,1919.

ASLAN, Odette. O ator no século XX. São Paulo: Perspectiva, 1994.

CINTRA, Fábio. A Musicalidade como Arcabouço da Cena. Tese de Doutorado.CAC/ECA/USP. São Paulo, 2006.

GUINSBURG, Jacob. Stanislavski, Meyerhold & Cia. Perspectiva.   São Paulo, 2001.

PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. São Paulo, Perspectiva, 1999.

___________. A Análise dos Espetáculos. Perspectiva. São Paulo,2010.

PICON-VALLIN, Béatrice. A  Arte do Teatro: entre tradição e vanguarda: Meyerhold e a cena contemporânea. Org. Fátima Saad. Rio de Janeiro. Teatro do Pequeno Gesto: Letra e Imagem, 2006.

___________________. A Música no jogo do Ator Meyerholdiano. In In Le jeu de l' acteur chez Meyerhold et Vakhtangov. Paris: Laboratoires d'études théâtrales de l'Université de Haute Bretagne.1989.Tradução de Roberto Mallet.

SHAFER, Murray. O Ouvido Pensante. Ed. UNESP, São Paulo, 2002.

Citações comuns nas dissertações de  ARAÚJO e FERNANDINO:

Além de BONFITTO E WISNIK

BRECHT,Bertolt. Estudos sobre teatro. Tradução: Fiama Pais Brandão: [textos coletados por Siegfried Unseld]. 2a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. 210p.

MALETTA, Ernani de Castro. A Formação ator para uma atuação polifônica: princípios e práticas. 370f. Tese. Área de Concentração: Artes e Educação. Faculdade de Educação da UFMG, 2005.

ARAÚJO cita a dissertação de FERNANDINO

Conclusão:

     A bibliografia da dissertação de  Aline Soares Araújo foi a menor (o seu mestrado era em Performance Musical) mas, a melhor distribuída entre livros , artigos e dissertações.

     A  bibliografia da dissertação de Jussara Rodrigues Fernandino  foi a mais extensa e com o maior número de livros, mais ou menos 10 vezes mais que as outras citações. Tanto ela quanto Aline S. Araújo escreveram mais sobre os autores escolhidos para análise no primeiro capítulo.

    A bibliografia da dissertação de Carlos Eduardo S. B. Witter  teve um número razoável  de livros em comparação às outras e poucas citações  de artigo e outros. Foi quem  desenvolveu mais suas ideias no capítulo final.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Pesquisa Bibliográfica


Pesquisa e análise bibliográfica de três trabalhos

Como ainda não defini o recorte da minha pesquisa, decidi por escolher trabalhos que tratassem do circo enquanto área artística. Iniciei a pesquisa bibliográfica, portanto, por uma pesquisa ampla na plataforma CAPES, à partir da palavra-chave “circo”. Encontrei 24 resultados, sendo 21 de mestrado acadêmico e 3 de doutorado. Todos a partir de 2010 e em áreas diversas como artes cênicas, artes, psicologia e ciências sociais. A partir desta busca acessei a biblioteca digital de algumas universidades para ter acesso às dissertações e teses e pesquisar a bibliografia.

Apesar do pouco número, me chamou a atenção o grande número de trabalhos relacionados ao palhaço em comparação com as outras facetas do circo, o que parece refletir a produção artística circense brasileira. Apesar de ser um tema mais específico se compararmos a "circo", a mesma busca feita na CAPES gerou 30 resultados, não necessariamente os mesmos, o que me leva a pensar que o palhaço é muito estudado sob a perspectiva do teatro.

A partir dos resultados escolhi os seguintes trabalhos pelo interesse que tenho na relação do circo com as outras artes e os três, de alguma forma,  passam por essa relação. A primeira fala do diálogo entre dança e circo no Brasil, a segunda faz um recorte histórico do circo-teatro em São Paulo e a terceira fala das influências do circo no teatro soviético no início do século passado.

O DIALÓGO DANÇA/CIRCO NA CENA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA de Bianca Peixoto  – Dissertação de Mestrado

MIXÓRDIA NO PICADEIRO: CIRCO, CIRCO-TEATRO E CIRCULARIDADE CULTURAL NA SÃO PAULO DAS DÉCADAS DE 1030 A 197 de Walter de Souza Júnior  – Dissertação de Mestrado

A METÁFORA DO BOGATYR: O CORPO ACROBATA E A CENA RUSSA DO INÍCIO DO SÉCULO XX de Marcos Francisco Nery Ferreira – Tese de Doutorado
Em uma primeira análise percebemos que poucos pensadores escreveram sobre o circo de forma profunda, continuada e em diferentes perspectivas. Os principais são Ermínia Silva, historiadora campineira que já publicou diversos livros sobre sua pesquisa histórica do circo no Brasil e no mundo, em diferentes recortes; e Mário Bolognesi, professor do Instituto de Artes da Unesp  que pesquisa estética, encenação, interpretação e dramaturgia, voltadas ao circo, aos palhaços, à comédia e ao cômico circense. Foi possível encontrar os dois nomes na três dissertações. Por este método de busca pareceu que, de forma geral, o circo é mais estudado na UFBA, na UNESP e na UNICAMP.

Como base conceitual cada trabalho fez uma escolha bem distinta dos outros. Enquanto o primeiro apresenta algumas referências bibliográficas na teoria geral dos sistemas e complexidade, o segundo faz referencia a uma obra de Adorno e o terceiro tem somente um livro de Deleuze como referencia.

A tese de doutorado tem o dobro de referencias que as dissertações, demonstrando uma pesquisa mais apurada sobre toda a cultura e desenvolvimento das artes cênicas do período histórico escolhido, especificamente. Tanto as dissertações de Bianca Peixoto como de Marcos Ferreira fazem referencias a dissertações e teses de jovens pesquisadores, mas há poucas similaridades nas referencias, o que leva a pensar que optaram por caminhos conceituais bem diferentes. A dissertação de Marcos Ferreira traz alguns títulos franceses, o que é bem interessante pois a França é um dos países com maior produção acadêmica nesta área e, talvez pela dificuldade da língua, pouco material chega ao Brasil.

Pela comparação entre as bibliografias destes três trabalhos não foi possível observar nenhuma tendência que os iguale, a não ser um desejo de tentar localizar o circo na pesquisa acadêmica. Como é um universo muito amplo, é um campo bem promissor a ser explorado. A pesquisa bibliográfica ampliou meus horizontes, possibilitando o acesso a obras que não apareceram na busca da CAPES inicialmente, o que vai contribuir bastante para o recorte que terei que fazer no meu objeto de pesquisa.

Referências

PEIXOTO, Bianca. O diálogo dança/circo na cena contemporânea brasileira. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/7862/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O%20BIANCA%20SIM%C3%95ES.WORD.pdf . Acesso em 25 de ago. 2015

SOUSA JUNIOR, Walter de. Mixórdia no picadeiro: circo, circo-teatro e circularidade cultural na São Paulo das décadas de 1930 a 1970. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-14092009-180741/publico/Mixordia_no_picadeiro_Walter_de_Sousa_Junior.pdf
Acesso em 25 de ago. 2015

FERREIRA, Marcos Francisco Nery. A metáfora de Bogatyr: o corpo acrobata e a cena russa do início do século XX. Disponível em: http://base.repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/86865/ferreira_mfn_me_ia.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 25 de ago. 2015


análises preliminares do exercício de bibliografia

Estou de fato muito feliz ao ver como cada um ao seu modo postou o exercício. Este era o objetivo: além de passar por algo intransferível, que só você pode fazer, os resultados foram amplos e diversos.
Convido vocês agora a examinarem as postagens dos colegas, com o objetivo não de julgar, mas entender o que cada um realizou: pontos de partida, modo de análise, ênfases, etc.

Análise Bibliográfica

Análise Bibliográfica
                                               Rogério Rodrigues de Oliveira

Esse trabalho foi realizado em torno da coleta e análise comparativa bibliográfica referente à investigação acerca de processos sincréticos entre ritmos de dança nacionais, tanto populares quanto tradicionais, e estruturas eruditas da canção de arte brasileira. A pesquisa foi realizada no Banco de Teses e Dissertações da CAPES e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). A primeira constatação a que se chegou é que a produção acadêmica em torno desse gênero musical, a Canção Brasileira, principalmente no que diz respeito a teses de doutorado, ainda é exígua. Dentre os poucos títulos observados, foram analisados três trabalhos que não apresentam, a priori, uma relação direta com o objeto de investigação supracitado, mas que, provavelmente, trazem em seus respectivos corpus elementos afins. Seguindo a ordem cronológica de defesa e publicação, averiguou-se:

1) Dante Pignatari - Canto da Língua: Alberto Nepomuceno e a Invenção da Canção Brasileira.
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.

Análise da Bibliografia
Teses
0
Dissertações
1
Monografias
0
Trabalhos de Conclusão de Curso
0
Artigos
3
Livros
56

Relação entre materiais nacionais e estrangeiros
Nacionais
29
Estrangeiros
Inglês: 24
Francês: 1
Alemão: 6

        O autor discorre a respeito do cancioneiro de Alberto Nepomuceno que foi um compositor, pianista, organista e regente brasileiro, considerado o principal precursor do nacionalismo no Brasil, movimento que defende a inserção de constâncias rítmica-melódica-harmônicas próprias do país na produção da música de concerto nacional.  Nepomuceno ainda é considerado o genitor da Canção Brasileira por ter sido o primeiro, de maneira efetiva, a impor a língua nacional e a mesclar, ainda que discretamente, a rítmica brasileira na criação de composições para canto e piano.
       Dante Pignatari recorreu, praticamente, à produção bibliográfica em formato de livro para escrever sua tese o que demonstra um certo desequilíbrio, nesse sentido, para com outras fontes de pesquisa. Entretanto, é de se destacar que cerca de metade da referência utilizada pelo autor é estrangeira haja vista que a produção bibliográfica em torno da temática em questão ainda é escassa.

2) Achille Guido Picchi - As Serestas de Heitor Villa-Lobos: Um Estudo de Análise, Texto-Música e Pianismo para uma Interpretação.
Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Música do Instituto de Artes da Universidade
Estadual de Campinas – UNICAMP. Campinas, 2010.

Análise da Bibliografia
Teses
0
Dissertações
3
Monografias
0
Trabalhos de Conclusão de Curso
0
Artigos
25
Livros
73

Relação entre materiais nacionais e estrangeiros
Nacionais
87
Estrangeiros
Inglês: 6
Francês: 2
Espanhol: 4
Italiano: 1
Alemão: 1

Achille Picchi investigou o conjunto de 14 canções para canto e piano, denominado Serestas, composto por Heitor Villa-Lobos. Se Nepomuceno é visto como o desbravador, Villa-Lobos é estimado como o principal expoente do movimento nacionalista e modernista nacional. As Serestas apresentam, de um modo geral, estruturas em que se observa a utilização, em proporções equânimes, de elementos nacionalistas e modernistas.
          Picchi também baseou-se, principalmente, nos livros para escrever seu trabalho, todavia, com uma maior abordagem de outras fontes, principalmente de artigos em revistas especializadas. Constatou-se que a bibliografia estrangeira consultada foi em número menor em relação à nacional.

3) Lenine Alves dos Santos – O Canto sem Casaca: Propriedades Pedagógicas da Canção Brasileira e Seleção para Ensino do Canto no Brasil
Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação – Doutorado em Música – do Departamento  de  Música  da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. São Paulo, 2011.

Análise da Bibliografia
Teses
2
Dissertações
8
Monografias
1
Trabalhos de Conclusão de Curso
1
Artigos
18
Livros
96
Websites
22
Referências Musicográficas
46
Referências Fonográficas
41
Referências Videográficas
1

Relação entre materiais nacionais e estrangeiros
Nacionais
215
Estrangeiros
Inglês: 15
Francês: 4
Espanhol: 1
Italiano: 1

A tese de Lenine Alves dos Santos expõe aspectos do processo de ensino-aprendizagem da Canção Brasileira a partir da análise de várias obras representativas do cancioneiro nacional. O autor demonstra um maior equilíbrio quanto à utilização da bibliografia abordando várias fontes de referência como teses, dissertações, monografias, TCC’s, artigos e, inclusive, websites, referências musicográficas, infográficas e videográficas. Nessa pesquisa, há a prevalência de material bibliográfico em português.

Bibliografia de referência encontrada nas teses investigadas:
ALMEIDA, Renato. Compêndio de História da Música Brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cia., 1958.
ANDRADE, Mário de. Aspectos da Música Brasileira. Belo Horizonte, Rio de Janeiro: Villa Rica, 1991.
________________. Ensaio sobre a Música Brasileira. São Paulo: Martins, 1962.
________________. (Ed.) Modinhas Imperiais. Prefácio. São Paulo: Martins, 1930.
________________.Pequena História da Música. 4ª ed. São Paulo: Martins, 1953.
AZEVEDO, Luiz Heitor Correa. 150 anos de Música no Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956.
________________. Villa-Lobos e a criação musical. Música Viva I. Rio
de Janeiro, 1941.
________________. Canções Brasileiras. Brasil Cultural. Porto, Portugal,
nº4, Ano II, Ago. ,p.8-15, 1950.
_______________. Música e Músicos do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria-Editora da Casa do Estudante do Brasil, 1950.
BORGHOFF, Margarida Maria; CASTRO, Luciana Monteiro de; PÁDUA, Mônica Pedroso de. Em Defesa da Canção de Câmara Brasileira. PerMusi: Revista de Performance
Musical. V.8, jul-dez. 2003, Goiânia, GO.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ministério da
Educação e Cultura / Instituto Nacional do Livro, 1954.
KIEFER, Bruno. Villa-Lobos e o Modernismo na Música Brasileira. Movimento/INL-
Pró-Memória. Porto Alegre, RS, 1986.
MARIZ, Vasco. Vida Musical. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 1997.
____________. A Canção Brasileira de Câmara. Francisco Alves. Rio de Janeiro, 2002.
____________. Heitor Villa-Lobos, o Homem e a Obra. 12ª ed. ABM/Francisco Alves.
Rio de Janeiro, RJ, 2005.
SALLES, Paulo de Tarso. Villa-Lobos: Processos Composicionais. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.