quarta-feira, 19 de agosto de 2015

POSTAGENS SOBRE NOSSO PRIMEIRO ENCONTRO E SOBRE A PALESTRA

Sintam-se livres e provocados a fazer suas postagens aqui no blog. Creio que a palestra das 16 -18:00 foi muito interessante. Pois essa busca de textos e materiais outros que o repertório dramatúrgico tradicional ou o cânone apresenta desafios e especificidades, muita coisa para debater. 

3 comentários:

  1. Foi interessante poder dialogar sobre as escolhas no processo criativo do Michael. O uso de questões do cotidiano (como enxaqueca e mortandade) combinadas a obras literárias e outros recursos estéticos parecem resultar em trabalhos com elementos que se apresentam ao público de uma forma criativa. Gostaria de ter visto mais material audiovisual para conhever melhor o produto final dele. A palestra me fez pensar sobre o meu próprio processo criativo e de onde posso partir para criar narrativas na dança e na música.

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  2. Sim, concordo. A palestra foi bem interessante por abordar um assunto que nos é comum e conhecido, no sentido de que adaptar material, sobretudo textual, que não é elaborado especificamente para montagens teatrais é algo corrente por aqui, sobretudo, e agora falo de um terreno no qual tenho mais afinidade, quando se trata de espetáculos de dança, para os quais ainda não se escreve, de modo que quando um coreógrafo deseja trabalhar com o texto, ou, primeiramente, com a palavra, é preciso buscar recursos nos textos literários ou extra-literários, ou, por meio de outro recurso, criar o texto a partir do próprio processo criativo. É claro que existiu uma tradição, ligada aos espetáculos de balé clássico, que soube se apropriar "bem" de obras literárias para criar seus argumentos, como Manon Lescot, Carmem, A bela Adormecida, etc. Tradição que persiste ainda hoje, mas, claro, com outra perspectiva de uso do texto, que segue menos o conceito de narrativa tradicional, de contar uma história nos moldes de princípio, começo e fim. A saber, vale lembrar o interessantíssimo trabalho da coreógrafa francesa Maguy Marin, que se baseou na obra de Samuel Beckett, não apenas a dramatúrgica, mas também a literária, para criar o seu MAY B, nos anos 80. Apenas lamento que durante a palestra, o diretor Michael Fau não tenha apontado de maneira mais específica e isolada os achados e os recursos para realizar suas adaptações, para além do resultado estético de seus espetáculos. Mas deu para sentir o amplo campo de interesse que essa proposta oferece.

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  3. Também senti falta de saber em como essa pesquisa resultou em cena pois a ideia em si de adaptar textos não-dramáticos para a cena é bem interessante. Gostei da maneira clara como ele lida com o processo de criação do espetáculo, simplificando os caminhos - creio que isso pode resultar em boas soluções cênicas.

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