Moin-Moin e Percevejo - análise

Metodologias de Pesquisa em Artes Cênicas/ UnB

Professor Marcus Motta

Grupo: Caísa Tibúrcio, Julia Henning, Maria Villar, Maria Lúcia Rosa

Setembro de 2015

Trabalho: Análise de Periódicos

As revistas analisadas pelo grupo foram: O Percevejo e Móin-Móin.

Para esta análise, reunimos as informações em diferentes formatos para facilitar o entendimento e  visualização.

Metodologia de Análise

1. Tabela com resumo das informações

Utilizamos a tabela para fazer um apanhado geral das variáveis que nos interessaram. Colocamos o arquivo no GoogleDrive, uma plataforma de edição online colaborativa, o que manteve a análise dos dados bem dinâmica e a consulta pode ser feita pelo formato de tabela.

2. Nuvem de palavras: para analisar a predominância de temas nas revistas fizemos uma nuvem de palavras para ver quais assuntos ficam em evidência.

Fizemos um levantamento das palavras-chave da Revista Percevejo mas os artigos da revista Moin-Moin não tem palavras-chave. Assim, utilizamos os títulos dos artigos para fazer o levantamento dos temas mais recorrentes. Foi utilizada a plataforma online para criação de nuvem de palavras Wordle.

     3) O Timeline das duas revistas

Colocar as duas revistas na linha do tempo facilitou a visualização histórica das revistas e as características de periodicidade, temática e longevidade de forma bem visual e iconográfica.

SOBRE A Móin-Móin

Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas do Programa de Extensão da Universidade do Estado de Santa Catarina publicada conjuntamente com a SCAR – Sociedade Cultural Artística de Jaraguá do Sul. Publicação brasileira dedicada a divulgar artigos de pesquisas acadêmicas sobre as distintas linguagens do teatro de formas animadas. No Brasil é única a tratar do tema.

Uma revista virtual, teve a sua primeira edição lançada na rede no ano de 2005.

O nome da revista surge de um "causo" curioso: Moin Moin é como respondiam os alunos das escolas à saudação alemã guten morgen, guteng morgen, feita pela da marionetista Margarethe Schlünzen em Jaraguá do Sul. A expressão tornou o trabalho da marionetista conhecido como “Teatro da Móin-Móin”.

Em cada número possui vasto e variado repertório de artigos que conseguem expandir os assuntos além do teatro animado, de bonecos, de objetos, de sombras e afins, colocando questões inerentes ao fazer teatral.

       

A revista é anual e os artigos são relacionados ao tema apresentado pelo volume de então. Existe um equilíbrio dos assuntos propostos, pois sempre são expostos a cena erudita e a popular, os processos de criação e as ações criativas, as reflexões e as práticas, os modos de fazer e os modos de ver, mudanças e consolidações. Questões como cenário e figurino também são expostos em diferentes números da revista, mesmo assim, dentro do tema do volume anual.

Possui um caráter “mundial”, todos os números possuem escritores nacionais e internacionais, sendo que muitos se apresentam na língua de origem (como o artigo em chinês no volume de Nº9 - Teatro de sombras) e no português, quando não, em espanhol com ou sem tradução. A nuvem de palavras mostrou a palavra títere (boneco, em espanhol) como uma das mais incidentes, o que reforçou a nossa percepção sobre a internacionalização da revista.

          

Talvez o único volume que apresente uma diferença em relação aos outros é o de Nº11 - Crises e transformações no teatro de títeres na América Latina, onde a grande maioria dos artigos e autores são sul americanos e os artigos em espanhol.

Nº 1 (2005) - O Ator no Teatro de Formas Animadas

Essa primeira edição vem suprir uma demanda de publicações nessa área no Brasil, pensando o teatro de formas animadas inserido dentro do contexto da arte contemporânea. Como eixo temático trata do papel do ator no teatro de formas animadas em diferentes perspectivas, tentando entender as particularidades do manipulador.

Nº 2 (2006) - Tradição e Modernidade no Teatro de Formas Animadas

O diálogo entre o teatro de formas animados tradicional e o que vem sendo criado em um contexto contemporâneo é o tema dessa edição. As ligações e reflexões que podem ser feitas a partir de diferentes espaços-tempos unem os artigos que discorrem sobre esses diferentes modos de criação e recriação.

Nº 3 (2007) - Teatro de Bonecos Popular Brasileiro

Esta edição homenageia o calungueiro Chico Daniel, valoroso brincante do teatro João Redondo, falecido no ano de publicação da revista. Além disso, trata da extensa e plural produção brasileira do teatro de bonecos.

Nº 4 (2007) - Teatro de Formas Animadas Contemporâneo

O tema desta edição é a heterogeneidade e hibridimos das formas contemporâneas do teatro de formas animadas. Trata da pluralidade e da miscigenação de linguagens, principalmente de trabalhos que fazem ruptura com o teatro de formas animadas tradicional, com o intuito de estimular novas produções.

Nº 5 (2008) - Teatro de Formas Animadas e suas relações com as outras Artes

Fala das transformações ocorridas no modo de pensar e praticar o teatro de formas animadas e da importância do teatro de animação no teatro contemporâneo. Os artigos reunidos pensam a incorporação de elementos dessa linguagem tanto em encenações do teatro de atores e em outras expressões artísticas e da apropriação de recursos característicos de outros campos pelo teatro de animação.

Nº 6 (2009) - Formação Profissional no Teatro de Formas Animadas

Essa revista trata da complexidade da formação do ator de teatro de animação e de importantes aspectos da profissionalização. Fala de alguns casos específicos de escolas de formação e da superação da crença que para ser ator é preciso um "dom" ou que a prática é suficiente para o aprendizado.

Nº7 (2010) - Cenários da Criação no Teatro de Formas Animadas

Expõe processos de criação, ações formativas/eventos e mudanças que vêm acontecendo em diferentes contextos brasileiros, seu fortalecimento e a consolidação do trabalho de grupos de teatro e a hibridação de espetáculos que, cada vez mais, rompem as fronteiras do teatro de bonecos. Releva a cena contemporânea e os relatos históricos, os eruditos e os populares.

Nº8 (2011) - Dramaturgias no Teatro de Formas Animadas

Nesse volume, expõe quão poucos são os estudos dedicados a dramaturgia do teatro de títeres no país. Discute modos de fazer e modos de ver, a dramaturgia do ator manipulador, a dramaturgia dos bonecos, dos objetos em cena e da própria cena.

Nº9 (2012) - Teatro de sombras

Dedicado a uma das mais antigas manifestações teatrais, notadamente orientais e suas tradições do ofício. Também apresenta o crescente interesse por essa arte no Brasil e o característico afastamento da estética realista-naturalista na maioria desses trabalhos, nacionais e internacionais.

Nº10 (2013) - Encenação Teatral

Retoma rapidamente a recente história do Teatro de Formas Animadas do país para dar a dimensão da necessidade da discussão do tema. Espetáculos que trabalham com referências teóricas e técnicas, novas concepções que mudam o modo de criar e de produzir essa arte de parte importante dos grupos de teatro do Brasil.

Nº11(2013) - Crises e transformações no teatro de títeres na América Latina

Vasta reflexão da distância entre as tradições nas Américas, o maior reconhecimento estadunidense e europeu e as perspectivas de buscar compreender o comum e as diferenças latinas na prática do teatro de animação.

Nº12 (2014) - Visualidades no Teatro de Formas Animadas

Tema aprofunda as reflexões sobre a cena contemporânea e a sua multiplicidade de expressões, diferentes modos de pensar e praticar as artes do Teatro de Formas Animadas.

Nº13 (2015) - Memórias do Teatro de Bonecos Brasileiro

Reúne textos sobre memórias, fatos e ideias que marcaram o modo de pensar e fazer Teatro de Bonecos no. Situa caminhos percorridos voluntária ou involuntariamente na definição e na consolidação da profissão dos artistas escolhidos para a 13ª edição.

Nuvem de palavras dos títulos dos artigos da revista Moin-Moin

SOBRE O Percevejo

O periódico científico e artístico O Percevejo, do antigo Programa de pós-graduação em teatro, PPGT, hoje PPGAC (Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, vem à luz com o primeiro número em versão online em 2009 depois de treze periódicos impressos.   

É semestral portanto apresentou 2 exemplares por ano até 2014. Ele é estruturado por dossiê temático, dedicado à publicação do resultado de pesquisas, relacionadas ao tema proposto, desenvolvidas na UNIRIO, em outras universidades associadas e de docentes livre-pesquisadores. Há sessão  para resenhas,análise de espetáculos, sessão livre para a contribuição de artigos de temas variados, sessão-tradução e sessão-entrevista.

Vol. 1,n.1(2009) - A cidade como suporte da cena.

Tem como referência a questão das cênicas em diálogo com aspectos do espaço da cidade.Foi dividido em três segmentos:

1- Tensões e Revelações(5 artigos) / 2- Cidades Representadas(6) /  3- Poéticas do Corpo, do Espaço e da Duração(5) / Sessão- Entrevistas(1) e sessão- Traduções(1)

Vol.1,n.2(2009) - Pedagogia do Teatro em suas diferentes tendências e pespectivas.

Foi dividida em quatro segmentos:

1- Reflexões(3)/ 2- Enfoques(6)/ 3- Experiências formativas(4)/ 4- Experiências na escola e na comunidade(5)/ Sessão -Traduções(1)    

Vol.2,n.1(2010)  - Artes Cênicas e Filosofia.

Ensaios e artigos distribuídos em quatro sessões:

1-Pensamento em Cena(2)/ 2-Traduções do Corpo na Literatura e no Teatro(4)/  3-Artaud(3)-dentro do Tema : A Tradução Conceitual e Estética do Corpo  / 4- Corpo e Imagem(3)

Vol.2,n.2(2010)  - Corpo Cênico.

Trabalhos de investigação e/ou de criação que tematizam o Corpo no universo da Cena: corpo expressivo,nas perspectivas de formação e formadores;linguagens e técnicas; performances e experimentação prática.Divisão em cinco segmentos: 1-Processos e métodos de criação(6)/ 2-Práticas somáticas(3)/ 3-Análise de obras(4)/ 4-História e historiografia(3)/  5-Outras mídias e imagem do corpo(2)

Vol.3,n.1(2011) - Corpo Cênico/linguagens e pedagogias

O Corpo no universo da Cena, nas diversas possibilidades de expressão e cruzamentos de linguagens e nas perspectivas de formação, do ponto de vista do próprio artista e/ou de seus formadores.Dividida em sete segmentos:1-Corpo Cênico(2) 2-Processos e métodos de criação(2) 3-Pedagogias do corpo(4) 4-Análise de obras(3)  5-Ensaios livres(2) 6-Entrevista(1) 7-Traduções(1)

Vol.3,n.2(2011) - O Corpo na Dança e na Filosofia

Segundo número de Percevejo dedicado à expansão das fronteiras entre as artes

cênicas e a filosofia. De novo o foco é o corpo, mas desta vez com destaque para as

relações entre a dança e a filosofia.Divisão em seis segmentos: 1- O Corpo na Dança e na Filosofia(3)/ 2-Entrevistas(2)/ 3-Traduções(2)/ 4- O Corpo nas Artes Cênicas e na Filosofia(2)/ 5-Ensaios livres(2)/  6-Análise de obras(2)

Nuvem de palavras-chave

Considerações gerais

As duas revistas tem perfis bastante diferentes. Enquanto a Moin-Moin é voltada especificamente para o teatro de formas animadas em suas distintas linguagens ainda abrange a cena erudita e popular, a revista Percevejo apresentou um conteúdo mais amplo e trabalha na relação das artes cênicas com as artes plásticas, performance, dança, pedagogia, vídeo, arquitetura, filosofia. A partir da análise dos volumes disponíveis on-line, contudo, percebe-se que os dossiês da Percevejo não abrangem a cena popular, etnográfica, culturas e saberes e áreas afins. Conclui-se também que essa revista é bem orientada pelas discussões vigentes nos grupos de pesquisa e laboratórios da UNIRIO.

Pela nuvem de palavras percebemos que a revista Moin-Moin mostra as palavras contemporâneo e popular de forma equilibrada. Já a Percevejo tem as palavras contemporâneo, contemporânea, cena, moderna, como palavras bem expressivas.

A Percevejo apresenta uma particularidade fundamental para um periódico de pesquisa em artes: ela é bem ampla em relação aos formatos de apresentação dos trabalhos e, inclusive, os dois últimos volumes abrem espaço para intervenções artísticas como fotografias, poesias, textos artísticos e ilustrações, o que coloca a prática e a teoria artística no mesmo patamar e reforça esse interessa no tema das interdisciplinariedades ao se colocar também como plataforma criativa.