A partir da pergunta da Jamila, sobre a utilização de blogs como ferramenta pedagógica, resolvi postar a minha experiência. Nunca utilizei o blog em aula pois, apesar de ter feito uma pós-graduação à distância, existia uma plataforma específica para a interação com os tutores e os colegas da turma.
Tenho, porém, uma experiência muito interessante com blog que estava adormecida mas que me deu até vontade de retomar. Em 2012 criamos um blog chamado Encontro de Bastidor para registro do processo criativo do espetáculo O Que Me Toca é Meu Também. Era uma forma de trocarmos com a diretora que mora no Rio e de nos estimularmos além do ensaio. Além de, claro, ir causando interesse no público, mesmo que não fosse esse o principal objetivo. Depois do espetáculo criado, resolvemos manter o blog ativo, a partir do desejo de trocar ideias sobre o fazimento cultural aqui no Brasil com pessoas que à época faziam parte da nossa rede de atuação.
Foi a partir daí que tivemos a ideia de convidar essas pessoas a contribuir, assim como fazemos aqui no blog da matéria. Para isso criamos mais três abas no blog: picadeiro, camarim e bilheteria. Em cada um desses ambientes lançamos um texto inicial que puxava o tema daquela aba. No picadeiro falamos sobre 'como nascem os espetáculos de circo', no camarim falamos sobre a identidade do circo candango e na bilheteria falamos sobre as diferenças na busca pela sustentabilidade entre show business e mercado alternativo. Desse bate-papo surgiu um livro com o mesmo nome que, inclusive, quem tiver interesse posso levar na semana que vem.
Um pouco depois surgiu a ideia de produzirmos textos e reflexões que surgissem a partir do grupo de leitura sobre o livro "O Circo no Risco da Arte" que mantivemos durante um tempo, mas o grupo não foi à frente e o blog ficou parado. Estou com a ideia de retomar esse grupo de leitura, talvez ainda esse ano (adoraria que alguém de outra área se candidatasse para ficar mais produtiva a troca de ideias).
O conceito do encontro de bastidor não parou no blog. O lançamento do livro Encontro de Bastidor virou uma festa-espetáculo no Teatro Galpão que colocou todo mundo do coletivo Instrumento de Ver em cena aberta, inclusive aqueles que geralmente ficam só nos bastidores. Animamos com esse conceito e na segunda edição resolvemos chamar os diretores Thierry Trémouroux e Goos Meuwsen para proporem uma residência de curta duração que teria como resultado uma festa-espetáculo-evento com mais ou menos as mesmas características da primeira edição: experimentação com as fronteiras entre palco, plateia e coxia. O resultado foi bem instigante pois, além da cena ser aberta eles ainda colocaram todo mundo atuando: o músico, o câmera... Chamou-se Estudos para uma Odisseia e o processo criativo desse projeto virou essa plataforma aqui que foi especificamente desenvolvida para o Encontro de Bastidor: http://encontrodebastidor.com CLICA NO BARQUINHO
O blog parou mas o projeto continua - se a próxima edição vai ser blog, festa, espetáculo ou livro ainda não sabemos - mas será ano que vem e já tem data prevista. Quis falar desse projeto porque ele começou assim e foi se desdobrando em mil partes.
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| Primeiro Encontro de Bastidor - foto de João Saenger |
Bacana, Júlia!
ResponderExcluirDepois gostaria de conhecer o livro, sim!